tiago.

sábado, 31 de maio de 2014

"Quantas vezes consultas o relógio e nem te apercebes de que horas são? Quantas vezes lanças o olhar para longe, para as paisagens ou para a televisão e segundos depois não te recordas das imagens que viste? - Ou que não viste. Foram quantos os olhares que hoje cruzaste com gente de quem já nem recordas o rosto? São tudo ideias que fervilham, telefones que tocam, mensagens que chegam e e-mails que não dão descanso. O entra e sai das salas, gabinetes, das linhas de produção, do trânsito e do inferno da cidade. A loucura desmedida que nos faz levar as ideias para longe, que nos provoca o pânico misturado com o calor de um dia ora de inverno ora de verão. A confusão, e nós. Nós aqui, ali, por lá longe, perdidos nas estradas mas sobretudo no nosso próprio olhar, de pensamentos tomados e de nervos em ponto de explosão. Reagimos mecanicamente e respondemos por reflexo. Percorremos jornadas sem memória. Mais uma semana que passou aos nossos olhos, e nós tal como fazemos ao relógio, nem tão-pouco nos apercebemos dos dias que passaram. Assim vivemos e assim vamos vivendo."

Tristão de Andrade

Sem comentários:

Enviar um comentário